Foto: https://www.lavozdegalicia.es
ROSALÍA FERNÁNDEZ RIAL
( GALÍCIA )
Rosalía Fernández Rial, nascida em Muxía em 30 de maio de 1988, é uma escritora galega.
Licenciatura em Filologia e Doutoramento em Didática das Línguas e Expressão Dramática pela Universidade de Santiago de Compostela.
Estudou e toca acordeão, faz teatro e, sobretudo, escreve.
Sua tese de doutorado apresentada na USC é Expressão dramática e teatral para a aula de línguas no ensino médio. Faz parte do grupo musical Chicharrón.
Prêmios
Prémio à melhor iniciativa bibliográfica da II Gala Galega do Livro 2017, pelas Aulas san paredes .
O seu poema Una reflexión ganhou o Prêmio aRi[t]mar 2021, convocado pela Escola Oficial de Línguas de Santiago com o apoio de instituições da Galiza e de Portugal .
Prêmio Vidal Bolaño 2024 por Impedimento .
TEXTOS EM GALEGO - TEXTOS EM PORTUGUÊS
ARRINCANDO MARCOS 2019: Estévez, Paula Carballeira, Quico, Raúl Gómez Parto, Roi Vidal, Rosalia Fernández Rial, Suso Díaz, Xavier Xil Xardón. Santiago de ompostela, Galicia: Edicions Positivas, 2019. 87 p. ISBN 978-84-949336-8-4 No.10 887 Exemplar Biblioteca de Antonio Miranda
DETRÁS DO ESPELLO
Detrás do espello
todas eramos a mesma muller,
núa,
interrogativa,
reclamándolle respostas
á realidade.
Ninguén vai chamar por nós?
Ninguén — silencio—.
Porque sodes a mesma muller sen rostro,
sen nome.
E se nos creamos?
Que cada unha
se debuxe da forma que queira.
E foi así como demos a luz
os nosos lenzos,
soñando pincel,
imaxinando cores,
a grande escala.
Foi así como
comezamos a parirnos...
Ata nacaer
entre os marcos ceibes
da fantasia feminina.
Así hoxe vexo,
nos seus ollos,
que o teu retrato
sou eu.
Catálogo (2016)
PULSO 1
Bailemos as ruas
ata desaparecer
no ventre sonoro da noite,
onde exércitos de lucecús
acenden con cóxegas as estrelas.
Bebamos as fronteiras da realidade,
brindando co infinito
pela harmonia musical das nosas almas.
Porque o teu camiñar marca o ritmo do mundo
con brincos de danza á deriva.
Sinte!
Sinte que sentes.
A vida,
a liberdade os teus pés,
bolboretas borrachas no corpo,
cores imposibles,
primavera baixo o peito.
Ti e eu bailando as rúas;
ata desaparecer.
En clave de sol (2009)
ESCENA III (TODAS AS RUAS)
Demasiado frío
para durmir
—di o carambelo dos teus lábios—.
Demasiado frío.
E á cidade non lle caben
os nosos corpos
nos seus petos.
Fóra
é o único lugar que nos pertence.
Mais non tremas, amor.
Os edifícios son árbores
con necrópoles de niños,
illas afogadas
en océanos que non flotan.
“Eles” têm
um entediado de asfalto vertical,
uma janela sem luz
entre as faces da noite.
E nós?
Nós, todas as ruas.
Vinte en escena (2012)
FIN DE NÚCLEO URBANO
A estrada escribe,
na pele de asfalto,
as feridas que nos separan.
Entre linhas;
listras de coca
desde o meu carro
ao teu leito.
Aceleram-me,
atropélanme a cordura,
acenden faros dentro de min.
E eu cavalgo motor,
troto os quilómetros
que quedan
ata o noso furacán
de pernas, dentes,
lábios, grito,
tacto!
Como se só desgarrándonos
puidésemos pechar cicatrizes.
Ningún amante sabe conducir (2014)
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA
DETRÁS DO ESPELHO
Detrás do espelho
todas éramos a mesma mulher,
nua,
interrogativa,
reclamando respostas
à realidade.
Ninguém vai nos chamar?
Ninguém — silêncio—.
Porque você é a mesma mulher sem rosto,
sem nome.
E se nos criamos?
Que cada uma
se empate da forma que quiser,
E foi assim como demos a luz
as nossas telas,
sonhando com um pincel,
imaginando cores,
em grande escala.
Foi assim como
começamos a parir-nos...
Até nascer
entre os marcos ceibes
da fantasia feminina.
Assim hoje vejo,
nos seus olhos,
que o teu retrato
sou eu.
Catálogo (2016)
PULSO 1
Bailemos pelas ruas
até desaparecer
no ventre sonoro da noite,
onde exércitos de brilho
acendem com cócegas as estrelas.
Bebamos as fronteiras da realidade,
brindando com o infinito
pela harmonia musical das nossas almas.
Porque o teu caminhar marca o ritmo do mundo
com brincos de dança à deriva.
Sinta!
Sinta que sentes.
A vida,
a liberdade os ateus pés,
borboletas bêbedas no corpo,
cores impossíveis,
primavera debaixo do peito.
Tu e eu bailando pelas ruas;
até desaparecer.
En clave de sol (2009)
CENA III (TODAS AS RUAS)
Demasiado frio
para dormir
—diz o caramelo dos teus lábios—.
Demasiado frio.
E na cidade não cabem
os nossos corpos
nos seus bolsos.
Fora
é o único lugar que nos pertence.
Mas não tremas, amor.
Os edifícios são árvores
com necrópoles de crianças,
ilhas afogadas
em oceanos que não flutuam.
“Eles” teñen
un furado de asfalto vertical,
una fiestra sen luz
entre as fauces da noite.
E nós?
Nós, todas as ruas.
Vinte en escena (2012)
FIM DE NÚCLEO URBANO
A estrada escreve,
na pele do asfalto,
as feridas que nos separam.
Entre linhas;
raias de coca
desde o meu carro
ao teu leito.
Aceleram-me,
atropelam-me a sanidade,
acendem faróis dentro de mim.
E eu cavalgo motor,
troto os quilômetros
que ficam
até o nosso furacão
de pernas, dentes,
lábios, gritos,
tato!
Como se só separando-nos
pudéssemos fechar cicatrizes.
Ningún amante sabe conducir (2014)
*
VEJA e LEIA outros poetas do MUNDO em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesiamundialportugues/poesiamundialportugues.html
Página publicada em julho de 2024
|